Resumo do Artigo por: PabloSantos Autor : Sergio Malarmé
O termo “política” tem inúmeros significados.
O conceito encadeou-se , assim, ao poder do Estado – ou sociedade política – em
atuar, proibir, ordenar , planejar, legislar, intervir, com efeitos
vinculadores a um grupo social definido e ao exercício do domínio exclusivo
sobre um território e da defesa de suas fronteiras. O Estado é compreendido
como produto da razão, ambiência social marcada pela racionalidade , única na
qual o ser humano encontrará a possibilidade de viver nos termos da razão, ou
seja, de acordo com sua natureza. As políticas públicas emanadas do Estado
anunciam-se nessa correlação de forças, e nesse confronto abrem-se as
possibilidades para implementar sua face social, em um equilíbrio instável de
compromissos, empenhos e responsabilidades. É estratégica a importância das
políticas públicas de caráter social – saúde, educação, cultura, previdência,
seguridade, informação, habitação, defesa do consumidor – para o Estado
capitalista. Não são estáticas ou fruto de iniciativas abstratas, mas
estrategicamente empregadas no decurso dos conflitos sociais expressando, em
grande medida, a capacidade administrativa e gerencial para implementar
decisões do governo. Ao longo da história, a educação redefine seu perfil
reprodutor/inovador da sociedade humana. O processo educativo forma as aptidões
e comportamentos que lhes são necessários, e a escola é um dos seus loci
privilegiados. Tática e estrategicamente, a centralidade da educação é
reafirmada nos documentos e na definição de políticas governamentais. A
reestruturação produtiva exige que se desenvolvam capacidades de comunicação,
de raciocínio lógico-formal, de criatividade, de articulação de conhecimentos
múltiplos e diferenciados de modo a capacitar o educando a enfrentar sempre
novos e desafiantes problemas. Percebem-se dois movimentos simultâneos e
articulados: de um lado, a afirmação da idéia de educação continuada que rompe
as fronteiras dos tempos e locais destinados a aprender. A própria LDBN
estabelece que sejam reconhecidas e certificadas as aprendizagens realizadas em
outros espaços que não são escolar e, antevendo os diferentes e não programados
períodos de estudo, propõe o ensino, por módulos, que permite a alternância
entre períodos de ocupação e estudo. Por outro lado, reafirma a importância do
sistema de ensino. Se o antigo sistema perde a serventia na “sociedade
cognitiva”, tratando-se então de pensar outro ensino mais adequado, flexível,
onde a ordem é reduzir o insucesso para alcançar menor desperdício de recursos
humanos e materiais. Contraditoriamente, busca-se resolver no e pelo sistema de
ensino aquilo que ele, por si só, é incapaz de solucionar.
No período de 1930 a 1937 e no desenrolar do
Estado Novo, nos anos de construção do regime militar, entre 1964 e a crise
econômica que caracterizou o “fim do milagre”. As várias políticas educacionais
implementadas foram pensadas de modo a promover reformas de ensino de caráter
nacional, de longo alcance, homogêneas, coesas, ambiciosas em alicerçar projetos
para uma “nação forte”. As reformas do ensino constituíram-se e foram
apresentadas como importante instrumento de persuasão. Como nos anos de 1930,
reivindicou-se para a educação a função de “criar” cidadãos e de
reproduzir/modernizar as “elites”, simultaneamente à de contribuir para o trato
da “questão social”. Como no regime militar, a ela foi atribuído o ofício de
formar o capital humano, moldado pela ideologia da segurança nacional. Trata-se
de convencer com o uso mínimo da ação estatal e da força, ou seja, trata-se de
persuadir e construir novo consenso. Para isto, tem sido o sutil exercício
lingüístico posto em prática nos últimos tempos. Com o objetivo de instigar a
obediência e a resignação pública, o novo vocabulário se faz necessário para erradicar
o que se considera obsoleto e criar novas formas de controle, regulação e
regimes administrativos. Em um artigo, o Presidente da República Fernando
Henrique Cardoso afirma que há que substituir a “ação estatal” – burocrática e
ineficiente – pela “ação pública”, baseada na responsabilidade e na
solidariedade do cidadão, onerando assim a população e desresponsabilizando o
Estado pela trágica situação da educação no país. Segundo alguns dados
fornecidos pelo IPEA, sobre as condições físicas de estabelecimentos de ensino
no país, tem-se a informação de que 25% deles não têm nenhum banheiro; 27% não
existe água, nem mesmo de poço. Na zona rural, estes números sobem para 33%,
sendo que 48% não dispõe de energia elétrica, nem mesmo bancos suficientes para
os alunos sentarem-se, obrigados ou a dividir ou sentar no chão. E ainda,
segundo uma pesquisa da CNTE, em 1997 nada menos do que nove Estados
brasileiros pagaram a seus professores salários inferiores ao mínimo, violando
assim a constituição.
www.groppoinformatica.com.br/escola
Fonte:
http://pt.shvoong.com/law-and-politics/1708947-falando-em-pol%C3%ADtica-educacional-brasil/#ixzz2CtY7DKdp
Luzimar Pessoa - 2º Semestre de Pedagogia - Matutino
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