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As políticas educacionais no Brasil conseguem garantir uma educação pública que seja democrática?







segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Educação- Luciana Alves


"A educação é o maior e mais difícil problema imposto ao homem".
( Immanuel kant)

 
Democratização da educação: "O principal papel da escola é aumentar o repertório da criança", diz Helena Singer

22/10/2008

Mestre e doutora em Sociologia pela USP e pós-doutorada pela Faculdade de Educação da Unicamp, Helena Singer é uma das poucas no Brasil a levantar a bandeira da gestão democrática nas escolas. Diretora Pedagógica da Cidade Escola Aprendiz, foi também uma das fundadoras da Escola e do Instituto Lumiar, em São Paulo, e pesquisadora da Universidade da Pensilvania (Upenn) e do Núcleo de Estudos da Violência da USP. Em 2009, iniciará as atividades da escola Politeia, cuja estrutura se pauta em um modelo de gestão democrática. Nesta entrevista ao site do Projeto Criança e Consumo, Helena fala da necessidade de transformar a cultura institucional de modelos ultrapassados de gestão e avaliação.

Como se dá a democratização da educação?

Ela se dá com uma gestão de vivência e prática democrática. Dessa maneira, o principal órgão gestor é uma assembléia de alunos, professores e pais na qual se discute frequentemente todas as questões de interesse da escola. As decisões da assembléia são encaminhadas para as comissões, que avaliam como implementar as ações. É diferente do que observamos na maioria das escolas e, no Brasil, são poucas as instituições que adotam esse modelo. No entanto, já há um entendimento de que é preciso ouvir e dar voz aos alunos. Essa consciência vem crescendo. Muitas das escolas mais tradicionais, embora não tenham uma gestão democrática, estimulam a formação de comissões por turmas, nas quais se discute não questões curriculares ou administrativas mas questões disciplinares.
 
É possível fazer uma gestão democrática no ensino público? No Brasil, as escolas devem cumprir algum tipo de exigência do Estado com relação a isso?
A legislação brasileira é extremamente avançada nesse sentido e permite que cada escola tenha sua proposta pedagógica. O que precisa ser feito é uma transformação na estrutura de poder. O poder não se adequou a essa nova legislação, que é do fim dos anos 90. Quando Paulo Freire foi secretário de Educação, deu muita força e autonomia para os conselhos das escolas públicas. O poder público pode fortalecer essa instância democrática, mas falta vontade política. A cultura se transforma muito mais lentamente que a legislação. O governo também é muito ambíguo, pois ao mesmo tempo que estabelece parâmetros curriculares bastante avançados, implementa um tipo de avaliação como o Provão, que é completamente contrário a tudo isso. Ainda assim, há um lado positivo do Provão (risos), pois se discute a qualidade da educação. Antigamente, o grande desafio era colocar as crianças na escola. Agora que elas estão estudando, precisamos rever a qualidade do ensino.
 
Disponivel em: instituto.politeia.org.br/democratiza
 
 

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